
Minha vida em outras vidas... Colocando as últimas pás de areia.
Observando nossas vidas e tirando minhas próprias conclusões...
É bom ver a neblina baixando e poder ver as coisas como elas são, agressivas, como uma faca pontuda a perfurar a minha carne, machucando mesmo e destruindo antigas crenças, mas nenhuma dor vem sem educar, sem fazer a gente crescer, aprender. Aprender com a dor é uma forma cruel de aprendizado, mas a que mais ensina, porque ninguém gosta de se machucar e desta vez eu vou ficar com meus olhos mais abertos.
Existem coisas que vão ficar entaladas na minha garganta, mas que nunca direi (ao menos, não a você), eu parti, eu abri mão, não posso voltar para tomar satisfações, não existem laços ou elos, eu não faço parte desta história, é um capítulo do meu livro que já foi concluído, eu parti sabendo que existiam coisas que se fossem escavadas iriam me machucar e o tempo por si só fez grandes escavações e eu vi que eu estava certo em sair daquele caminho em que eu me perdia a cada dia um pouco mais, mas é triste demais ver as pessoas sendo covardes contigo e é difícil conter a repugnância que fica entre nós, não gosto de sentir isso, mas as vezes é inevitável.
Não sei tudo o que estou sentindo exatamente agora, mas sei que decepção é uma delas e um pouco de ressentimento, é como ver uma história que você viveu se repetindo, sendo que sobre outra ótica, mas eu tenho a sorte de não estar apaixonado, eu sai ileso desta parte, mas outras coisas são tão iguais e o pior, é uma coisa que se olhar alguns detalhes, parece um deja-vu, eu já vivi algo assim antes.
A parte boa em mim é que não sou de me apegar ao passado e tudo que me faz mal só me impulsiona para o futuro, mas odeio quando deixo que pessoas interfiram na clareza das coisas na minha vida, odeio coisas sombrias na minha história, mas isso sempre acontece quando pessoas desconhecidas entram em minha vida muito rápido. Mas eu aprendi que as coisas que a gente mais teme, são exatamente as coisas que vamos encontrar ao longo da vida.
O meu ócio, não ter com o que realmente me ocupar, ainda, me fez procurar muita coisa, eu tenho essa necessidade de enterrar certas coisas bem enterradas e eu senti que ainda me faltavam algumas pás de areia, então fiquei na plateia observando alguns fatos da sua vida, apenas de passagem, como mero observador, sem ser um participante ativo da sua vida e eu sabia que uma hora eu iria encontrar o que eu procurava, meu instinto é sábio, não lembro uma vez em que eu não tivesse a maior parte da razão e desta vez não foi diferente.
Eu tenho me envolvido na vida das pessoas pelas razões erradas e isso tem custado muito caro, eu sempre aprendo algo com elas, mas nem todo aprendizado é de fato válido e muitas vezes é desnecessário. Eu agora só quero viver minha vida depois deste vazio que ainda é o que restou de uma história a dois, se um dia eu quis que isso fosse eterno, vejo agora que o eterno é muito tempo e vem sempre acompanhado de muitas descobertas e a mais triste foi saber que as pessoas para ti são meros trampolins para te afastar dessa depressão que é sua vida. Sempre que aparecer alguém para te levantar das suas crises existenciais, será nela(s) que você plantará suas sementes, eu já não era uma boa terra para ti, como alguém não foi no passado, a mesma pessoa a quem abandonasse para ficar comigo, mas eu sai a tempo de não precisar ser abandonado, porque eu seria.
Existe aquela solidão de quem fica sozinho e essa estou carregando comigo, estamos juntos nessa e estamos aprendendo um com o outro. Estou vendo que estar sozinho, dar mais tempo para si mesmo ajuda a entendermos melhor a nós mesmos, eu estou descobrindo coisas em mim que nunca tive tempo para enxergar, nunca dediquei a mim tempo suficiente para ser feliz sozinho, tenho planos tão grandes a realizar sozinho e estou de mãos dadas comigo mesmo agora para conseguir essas coisas.
Odeio sentimentos inventados, mais ainda quem acredita em suas próprias mentiras, pessoas que tem medo de encarar a realidade e pessoas que não estão dispostas a aprender e mudar o que fazem de errado e quando elas não compreendem seus erros então? Enfim, aconteceu o que eu mais esperava, não porque isso me faria bem, mas porque me ajudaria a enterrar algumas imagens, algumas saudades, alguns sentimentos bons que insistiam em ficar. O que sinto agora? Bem, eu sinto coisas morrendo dentro de mim, sinto que passou quem e o que precisava passar, sinto que as mesmas coisas que me faziam querer-te, são as mesmas que não querem-te mais.
Não existe mais a dor de não ter, se bem que essas não existia há meses, mas existia uma vontade reprimida de te querer de novo. Sei que existe em mim uma vontade imensa de ser amado e ser o tudo de alguém e por um tempo achei que você me fornecia essas coisas e por isso fui seu, mas eu vi que eu perdia esse espaço, então me tomei de volta, voltei a ser meu e me doarei para alguém um dia, talvez. Agora basta-me saber que seu não serei nunca mais, você sabe fazer coisas boas para mim, mas não faz bem para mim, porque procurei as coisas erradas em você, eu sou grande culpado em tudo, mas você joga com desonestidade, eu não.
Então é isso, se faltava alguma coisa para eu tirar essa virgula que hora ou outra te trazia de volta a minha vida, não existe mais, chegou o ponto final de tudo, a comprovação, a cartada final, para eu saber o que de fato posso sentir por ti. Dizer que não sinto nada seria punitivo demais, mas sinto o que sinto por qualquer pessoa que tenha passado na minha vida e por não ter o que acrescentar a ela teve que ser deixada do lado de fora, você fez um papel importante no meu passado, mas não serve para o meu futuro. Defino você agora como linhas que contribuíram com meu aprendizado e crescimento e porque não dizer, um suporte que me ajudou a levantar quando eu cai algumas vezes. Obrigado por quem fosse em minha vida e desculpa por não poderes ser mais nada. Sem mais, até mais... Ou quem sabe nunca mais.
Desculpem o erro gramatical no uso dos pronomes (você e tu) e outros mais que possam haver, mas é que os sentimentos não dão pausas para revisões gramaticais.*