Voltando As Postagens: Sobre mim, Davy Kemp.

05/03/2014 23:19
De volta para meu mundo, de volta para meu eu
(Davy Kemp)
 
    As vezes para mim é difícil acordar e me olhar no espelho e ver que eu sou uma pessoa comum, não há nada de fascinante em mim, apesar de eu lutar muito para fazer as pessoas pensarem o contrário. Eu usei de várias ferramentas para tentar me sentir uma celebridade e por algum tempo cheguei a achar que eu realmente era, nas redes sociais, a distância entre as pessoas faz com que você possa manipular a realidade e fazer com que as pessoas realmente acreditem que você tem algo realmente anormal voltado para o estrelismo, mas acho que quando as pessoas me viam nas ruas, viam quão normal eu era.
    Uma boa foto e eu já achava que eu tinha que mostrá-la, eu necessitava muito da atenção alheia, apesar de não estar sempre certo de que modo eu queria chamar a atenção delas, daí eu fiz isso da pior forma possível, a medida que eu ganhava a admiração de quem não importava por coisas fúteis, eu perdia a admiração daquelas pessoas que realmente importavam para mim, daí eu pensava, "que merda eu estou fazendo?", mas ainda que eu me sentisse mal em fazê-lo, a popularidade, saber que muitas pessoas sabiam quem eu era, ou melhor, sabiam aquilo que eu fazia elas pensarem que eu era, me encantava.
    Do meu jeito eu consegui chamar muita atenção a ponto de pessoas me pararem na rua e dizerem: "Nossa, você é o Davy Kemp", como se estivessem encontrando a pessoa mais famosa do mundo, mas eu bem sabia o que elas queriam, afinal, eu conservava uma boa aparência física e as coisas que eu costumava escrever no meu Facebook fazia as pessoas pensarem que eu era uma pessoa quente e fácil de levar para cama. Eu deveria me envergonhar disso, mas apesar de não me orgulhar nem um pouco disso agora, aquilo de alguma forma me fazia sentir importante, não faz o mesmo efeito, mas eu não tenho vergonha, não tenho vergonha de mim nem das coisas que fiz, apenas acho que não preciso mais disso, estou mais convicto de mim e se alguém vier a ter alguma admiração por mim, será pelas coisas que eu valorizo.
    Eu sou uma criança grande, isso me ajuda a me comunicar com outras crianças, as vezes tenho a impressão que quando elas me conhecem, elas me vêem como alguém da mesma idade ou as vezes até mesmo mais novo que elas, prova que elas não me respeitam nem um pouco, elas brincam comigo como se eu fosse apenas mais um coleguinha do colégio, acho que apesar do meu tamanho eu não consigo impor medo nelas de forma alguma, não sei se isso é bom ou ruim, mas eu gosto disso, as vezes apenas.
    Eu adoro criar bordões, frases normalmente com algum tom de humor que costumo repetir nas horas apropriadas e acho que elas meio que se espalharam na multidão, algumas pessoas ainda riem com elas, acho que as pessoas também conseguem me ver como um comediante, as vezes eu também acho que eu seja, muitos já me definiram como "stand-up ambulante", eu gosto disso.
    Eu vim de uma descendência muito pobre e por isso tive que "ralar" muito para ter cada pequena coisa que consegui, eu fui o último do colégio a ter uma TV em cores em casa, mas se um dia isso me envergonhou, com o amadurecimento isso me dá orgulho, eu aprendi a valorizar cada conquista e acima de tudo, sempre agradecer por cada uma delas. Aprendi a valorizar o que importa e ser desapegado aos bens materiais e ao dinheiro. Hoje estou bem longe de ser rico, mas consegui muito dinheiro com o meu trabalho e com ele ajudei muita gente que nem fez valer a pena, mas eu ganhei com isso, isso me engrandeceu a alma e isso não há dinheiro que pague, e acho que vou sendo agraciado com o tempo, eu acredito muito em Deus, sua bondade e justiça e por isso até mesmo nos momentos de maiores apertos acredito que nunca me faltou nada, porque eu aprendi a me contentar não com o pouco, mas com o necessário.
    Eu não sou do tipo de admirar as outras pessoas a ponto de ver nelas seres superiores, as vezes vejo alguém com menos idade que eu estudando doutorado ou ganhando 5 vezes mais dinheiro que eu e penso, ele batalhou por isso ou não, desconheço suas origens, não sei se ele já acordou no meio da noite com a casa alagada pela chuva ou teve sua casa desabada, eu já passei por isso, antes já tive muito receio de falar esses assuntos, mas até chegar onde estou agora já tive que morar em casa de plástico, alumínio e em cima de morros não pavimentados, para que ter vergonha disso agora, antes o medo de ser visto como o garotinho a qual deveria sentir-se pena não existe mais, não por não viver mais essa realidade, mas porque eu amadureci, ainda que muitas pessoas não consigam enxergar isso.
    Sobre gastronomia, isso me define acima de tudo, eu já fui obeso, mas muito obeso, mas também fui muito magro, hoje acho que estou no meio das duas coisas, mas uma coisa é certa, eu adoro comer, como muito, as vezes de forma descontrolada, o que me faz vez ou outra aumentar de peso, mas quando o assunto é como me agradar pela boca, posso dizer que as tortas salgadas e o chocolate são meus predilétos, mas se der para mastigar, comerei do mesmo jeito.
    Eu tenho pouquissimos amigos em quem confio de verdade, mas até onde me lembro, meus laços de amizades mais fortes não se perdem e as mulheres sempre foram meus melhores amigos, apesar de ter também alguns amigos do sexo masculino, mas acho que o fato de nunca ter um pai me fez não me sentir a vontade com os homens, não confio muito em amizades masculinas, acho que eles nunca estão muito dispostos a ouvi-lo, certas revelações podem causar discriminação e certos assuntos são taxados como "papo de bicha", mulheres não possuem limitações e o melhor, você pode abraçá-las e beijá-las sem precisar se sentir envergonhado.
    Aos meus 10 anos meu avô faleceu e essa foi uma das minhas maiores perdas, eu acho que ele foi o único HOMEM que eu admirei até hoje, normalmento todos os meus heróis foram mulheres, seja na vida ou na televisão, não me lembro uma pessoa do sexo masculino a quem eu tenha admiração, a não ser meu avô e a mim mesmo. As vezes penso que ele ainda está vivo nos momentos que lembro que meu pai nunca existiu para mim, as vezes é duro estar numa roda de amigos onde eles falam sobre suas experiências com seus pais e não ter nada o que falar, é como se sentir fora de uma realidade que era para ser acessível a todos, mas daí eu lembro que há muitas pessoas que nunca conheceram nada, nenhum vínculo familiar e não sei se isso me conforta, me deixa mais triste ou simplesmente reflexivo, mas é claro que as vezes dói um pouco não saber nada sobre meu pai.
    Minha mãe é e sempre será a coisa mais importante para mim  no mundo, é sempre nela que eu penso antes de tomar as grandes decisões da minha vida, não diria que eu deixo de viver minha vida por ela, mas deixo de viver certas coisas por causa dela, não quero jamais que ela se envergonhe de mim e foi por isso também que decidi mudar, hoje em dia tudo que você escreve se torna público e as pessoas vão na hora mais importuna fazer comentários indelicados, elas gostam de ver as pessoas mal, muita gente tem lá no fundo o prazer de sentir-se melhor que o outro nem que para isso tenha que abusar de ações insensatas.
    Eu hoje em dia não tenho medo de me sentir um perdedor porque já fui vencedor tantas vezes, acho que ninguém vai me fazer pensar diferente, eu tenho orgulho de mim, ainda que eu ainda receba o desprezo de algumas pessoas e seja visto como um expurgo da sociedade, mas que merda de sociedade vivemos para que alguém tenha a ilusão de que está numa colocação tão boa a ponto de poder julgar os outros.
    Se eu estou mudando em algumas coisas não é porque não goste das coisas que faço, apenas acho que para tudo tem um tempo e o tempo de certas coisas acabou, é tempo de viver coisas novas, eu tenho que admitir que algumas atitudes precisam sim serem mudadas e muita coisa deve ser guardada na saudade, não foi preciso me machucar para decidir mudar, foi uma consulta a minha alma. Eu viajei pelo mundo sozinho, sem as pessoas que amo e isso me fez pensar nelas ainda mais, como eu posso agir para fazê-las mais feliz, isso importa muito para mim agora, mas do que já importou qualquer dia. Eu tenho um sobrinho agora que sei que vai precisar muito de mim e quero que ele tenha em mim um espelho bom, não que ele se inspire em mim, mas que possa ter em mim um aliado, alguém em quem ele pode confiar, quero ser um bom exemplo para ele.
    Eu fiquei conhecido como uma figura pública nas redes sociais, poderia dizer até que alcancei a "fama", muita gente que nem conheço me admirou ou me odiou em algum instante da minha vida, muita gente me falou disso, muita gente me pediu para me afastar de seus amigos, amores e parentes, pois os mesmos estavam me copiando, e as vezes eu não fui um bom exemplo, afinal eu sempre fui muito livre e o mundo não está preparado para pessoas livres, ainda vivemos num mundo onde a opinião alheia deve muitas vezes sobrepor a nossa porque vivemos em sociedade, uma sociedade muito hipócrita, digamos de passagem, mas que ainda é mais forte que nossa opinião pessoal, devemos aceitar a opressão, porque alguém sempre acaba se machucando por causa de nossas ações, porque as vezes nós somos fortes para defendermo-nos, mas essas pessoas da sociedade sempre encontrar um ponto fraco para nos atacar, sempre tem alguém com quem nós nos importamos as vezes até mais que nós mesmos, eu aprendi que não estou sozinho no mundo, então não é só questão de eu não me importo, mas a quem as coisas podem vir a importar.
    Então, não é que eu tenha aceitado a vida vulgar de ser apenas mais uma pessoa no mundo, eu ainda tenho a impressão que existe algo em mim que poderia ser admirado, apesar de uma parte de mim ter convicção de que eu sou tão comum como uma pessoa que divide comigo um assento no ônibus, mas eu não vou mais impor isso, vou agir naturalmente, sem excessos, e se alguém encontrar em mim algo para ser admirado ela não estará admirando alguém que se expõe demais para ganhar a atenção alheia, mas alguém que está sendo ele mesmo sem fazer algum esforço por isso, e com isso essa admiração jamais se perderá no tempo. Eu sei que eu já conquistei MUITA gente pelas coisas que são intrinsecamente minhas, logo nada me impede de ir mais longe.
 
PERDOEM-ME PELA ORTOGRAFIA E GRAMÁTICA,
Com amor, Davy Kemp.

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